Texto I
Um estudo da Organização Mundial do Trabalho (OIT) indica que o trabalho escravo no Brasil se encontra,principalmente, em zonas de desmatamento da Amazônia e áreas rurais com índices altos de violência e conflitos ligados à terra.
Segundo a publicação, apesar dos avanços feitos pelo governo brasileiro nos últimos anos, "a mão-de-obra escrava continua sendo usada no país para desmatar a Amazônia, preparar a terra para a criação do gado e em atividades ligadas a agricultura em áreas rurais".
A análise faz parte do livro Forced Labor: Coercion and Exploitation in the Private Economy ("Trabalho Forçado: Coerção e Exploração na Economia Privada", em tradução livre), que será lançado pela OIT no próximo domingo, quando se comemora o dia mundial em memória do tráfico de escravos e da abolição da escravatura.
A obra apresenta uma série de estudos de caso sobre formas de escravidão modernas na América Latina, Ásia, África e Europa e traz um capítulo específico, de 15 páginas, sobre o Brasil.
De Rondônia ao Maranhão
Com base na análise de dados e estatísticas do governo brasileiro e da Comissão Pastoral da Terra, a OIT constata que a correlação mais evidente se verifica no sul e sudeste do Estado do Pará que, entre 2000 e 2004, registrou quase a metade das operações do governo para libertar os trabalhadores escravos. No mesmo período, o Estado contribuiu com 38,5% do desmatamento total do país e registrou 44,12% dos crimes ligados a terra, indica a OIT.
Os dados analisados também demonstram que o trabalho escravo vem sendo utilizado para aumentar a produção agrícola e para o preparo das áreas desmatadas que serão transformadas em pastos.
"De fato, as propriedades rurais que usam o trabalho escravo estão concentradas exatamente numa faixa de terra onde foram abertas clareiras, que vai de Rondônia ao Maranhão", afirma à BBC Brasil Roger Plant, diretor do programa contra trabalho forçado da OIT.
"A correlação entre o trabalho escravo e os desmatamentos no Brasil é uma das conclusões interessantes desse estudo", diz.
Texto II
STF inicia julgamento contra senador por escravidão
A denúncia de que o senador João Ribeiro (PR-TO) mantinha em sua fazenda, no Pará, 35 trabalhadores em condições análogas à escravidão começou a ser julgada hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A relatora do inquérito, ministra Ellen Gracie, aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e votou pela abertura de uma ação penal contra João Ribeiro.
A denúncia do MP, encaminhada ao STF em 2004, relata que os trabalhadores eram submetidos a condições degradantes: bebiam água de um brejo da fazenda, eram obrigadas a comprar seus próprios equipamentos e não dispunham de banheiro ou de alojamento. A fazenda foi inspecionada pelo Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego em 2004.
"Aqueles que trabalhavam na roça dormiam em ranchos cobertos por folhas de palmeiras sustentadas por hastes de arbustos fincados no solo, abertos na lateral, sendo que alguns eram construídos sobre brejos, cujas poças se afloravam sobre o solo, provocando mau cheiro e umidade excessiva, sem instalações sanitárias e sem acesso à água potável. Cozinha também não havia, sendo que a comida era preparada sobre fogareiros improvisados", relata o MP.
Fonte :
Texto Pessoal
Como podemos ver no Texto II, a escravidão em nosso país é um problema que mesmo em pleno século XXI ainda vivenciamos. O texto mostra o caso do ministro que mantia em sua fazenda 35 trabalhadores escravos, instalados em condições bastantes precária, com risco de doenças, sem direito á liberdade, a uma vida literalmente. Tratados como verdadeiros animais, ou quem sabe até pior que eles, os escravos não recebiam absolutamente nada do ministro pelo seu trabalho, a não ser seu desprezo,fome e maus tratos. Temos que mudar essa situação, veja a que ponto chegamos, precisamos nos desenvolver e modernizar, e absolutamente esse não é o caminho certo a percorrer !
Postado por : Ana Carolina Rodrigues Riscado
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